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Schumacher e Lais Souza: a necessidade da fisioterapia em ambos os casos
Há pouco mais de um mês, na manhã de 29 de dezembro de 2013, o mundo recebeu a notícia do grave acidente sofrido pelo ex-piloto e heptacampeão, Michael Schumacher, enquanto praticava esqui no sul da França. Alguns especialistas em lesões cerebrais afirmam que o ídolo da Fórmula 1 não conseguirá se recuperar completamente e que precisará aprender a conviver com as limitações do trauma. Segundo o Dr. Richard Greenwood, do Hospital Universitário de Londres, a reabilitação de Schumacher só será eficaz se o alemão aceitar a nova realidade.
Já o neurologista Tarso Adoni afirma existir a possibilidade do ex-piloto ter problemas nas funções motoras como, por exemplo, grave dificuldade em caminhar ou o campeão pode vir a perder o movimento das pernas. Caso ele seja capaz de interagir, por meio da linguagem e da compreensão, a reabilitação poderá ser mais rápida.
Com a esquiadora de Ribeirão Preto (SP) Lais Souza não foi diferente. A atleta estava em busca de uma vaga na disputa dos Jogos Olímpicos de Sochi 2014, na modalidade aéreos do esqui estilo livre e treinava em Salt Lake City, quando sofreu uma queda na pista no dia 27 de janeiro de 2014. O acidente provocou uma torção da terceira vértebra da coluna cervical, que foi deslocada e realinhada após cirurgia.
As duas intervenções cirúrgicas realizadas em 30 de janeiro foram bem-sucedidas, mas o drama continua. Os médicos que cuidam dela não escondem que a sua condição segue crítica. A equipe composta por profissionais brasileiros e americanos admitiu que Lais talvez nunca mais volte a respirar sozinha, sem ajuda de aparelhos. Como a lesão envolve a medula, a esquiadora corre o risco de perder os movimentos e a sensibilidade, o que pode significar problemas do controle das funções das necessidades fisiológicas.
Desta forma o fisioterapeuta, profissional especializado em movimento humano, terá papel importantíssimo e decisivo na readaptação de ambos os ídolos do esporte. A recuperação dos movimentos, da coordenação motora, da força, do equilíbrio, além de procedimentos que visam melhorar a dinâmica respiratória estão diretamente ligados aos estímulos do tratamento.
Portanto, assim que os dois esportistas tiverem a liberação por parte de suas equipes médicas, o fisioterapeuta iniciará um trabalho minucioso, estimulando a esperança de que, a cada dia, a recuperação supere as expectativas tanto da equipe médica, quanto do paciente.
Giuliano Martins é fisioterapeuta, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna)