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sábado, 18 de maio de 2024

Artigos

Proposta indecorosa aos funcionários da Santa Casa:

demitirem-se para serem recontratados em Bebedouro

Enfermagem que trabalha em Barretos no grupo Fundação Pio, Hospital de Amor ou “sistema” Henrique Prata (instituição que é chamada da forma que interessa em cada momento) me procurou essa semana.
A proposta levada a eles, de maneira informal (como sempre) é de que vai haver um remanejamento de paramédicos (enfermagem e técnicos) que terão que sair da Santa Casa e irem trabalhar em Bebedouro, em hospital que o “sistema” administra.
Aí vêm as propostas cada vez mais chocantes. O funcionário tem que pedir demissão sem seus direitos trabalhistas, com a “promessa” de serem contratados em Bebedouro, sendo esse o primeiro absurdo.
Dessa ideia, de vontade inacreditável sobrevêm as consequências cada uma mais grave que a outra e frutos do vergonhoso monopólio à solta. Vejamos:
1) Penaliza o funcionário, lesando-o nos seus sagrados direitos trabalhistas, tendo que acreditar que vai ser recontratado em outra cidade;
2) Sem tiverem a “felicidade” de virem cumprida uma promessa, terão que viajar 80 km por dia para realizar um trabalho que por si só já é estressante e agora agregando despesas materiais além do sacrifício pessoal e familiar;
3) Com isso estará “esvaziando” a Santa Casa, criando desemprego em Barretos e os recriando na vizinha Bebedouro; em tempos de desemprego e insegurança de renda familiar;
4) A população SUS de Barretos, estará assistindo seu principal hospital público policlínico, enfraquecido e sucateado, como ponto fundamental de apoio à saúde do barretense, mesmo não estando hoje fazendo um serviço digno da tradição dessa instituição e do nosso povo;
Aí vêm os questionamentos objetivos, que não podem ficar no silêncio e na inoperância conivente da Sra. Prefeita de Barretos.
Será que é mesmo de Amor a filosofia do grupo do Sr. Henrique Prata no momento em que penaliza dessa forma desleal os seus funcionários? Já é sabido que menospreza médicos (como um todo), agora penalizar os funcionários, MAIS AINDA, que sob seu mando trabalham em níveis de “burnout” (estresse do trabalho) o tempo todo.
Será que é “o mesmo Amor” que vai obrigar barretenses a irem a Bebedouro, também para serem internados, como tem sido em determinadas áreas, agora cogitando fazer com que crianças passem a terem que ir para hospital de Bebedouro, em casos de internações não intensivas?
Aí o grande paradoxo: o tal gestor trabalha com 100% de recursos SUS, além das fartas doações, colocando a Santa Casa e Prefeitura de Barretos como portas de aporte de dinheiro para a saúde, indo agora penalizar funcionários e pacientes a terem que se deslocarem para cidade vizinha? Agregando despesas, riscos de estradas e desconforto familiar, sem menor lógica explicativa.
Se não fosse cômica essa postura seria trágica no contexto de funções básicas da Prefeitura que são garantir saúde para seu munícipe e fontes de economia para seus “tesouros”. Que deveriam ser da Prefeitura, é logico!
Acordem Senhore(a)s: Prefeita, Vereadores, Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacia do Trabalho e demais segmentos da sociedade.
A postura de “passar pano” com permissividades por conta de um pretenso “Amor” que já não corresponde à realidade, indisfarçável, em que o interesse gestor se sobrepõe ao interesse público e social que são maiores.

 

 

 

Dr. Fauze José Daher
Ex Diretor Clínico da
Santa Casa de Barretos
Ex Presidente da Assoc.
Paulista de Medicina – Regional
de Barretos e Advogado

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