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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Artigos

O triste fim de Marília Mendonça

Caros leitores, Trágica tarde de sexta-feira, 5 de novembro. Em acidente aéreo, morre, aos 26 anos, a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. A aeronave caiu em uma cachoeira nas proximidades de Caratinga, MG., cidade onde ela faria uma apresentação musical naquela noite. Marília, a rainha da sofrência, como era chamada, desfrutava o máximo de sua fama e carreira promissora, como compositora e interprete de músicas de ‘dor de cotovelo’, com um vasto repertório. Apesar de, estar em voga essa expressão musical, há muita gente que não aprecie o gênero. Entretanto, a sua agenda estava cheia, inclusive com espetáculos no exterior. Uma tragédia. Muita tristeza. O que desencadeou uma comoção nacional. Muitos não acreditavam no que tinha acontecido. Não se falava em outra coisa por envolver uma figura famosa e popular. A mídia abria espaço em sua grade, para informar cada detalhe do ocorrido, com repetições em telejornais e especiais. O avião aterrissado sobre a cachoeira, bombeiros a retirar os corpos. Com narrativas emocionantes, sua vida foi contada e recontada várias vezes. Um ano e meio sem pisar em um palco para cantar para seus admiradores, devido à pandemia. Marília, sempre sorridente e de alto astral, esbanjava alegria em seus últimos momentos de vida. Embarcou na fatídica viagem, enviou mensagens para parentes, amigos e fãs, sem imaginar o triste fim que se aproximava. Essa vida frenética dos artistas, que ao mesmo tempo traz o ‘glamour’, acarreta o perigo. No corre-corre de uma agenda cheia e atribulada, muitas viagens, ora nas estradas, ora no ar, sempre há o risco iminente de uma tragédia. Não foi diferente com a irreverente banda ‘Mamonas Assassinas’, em 1996, quando foi vítima de um acidente aéreo sobre a Serra da Cantareira, matando todos os seus integrantes, após se apresentar em Brasília; em 1997, um acidente ceifou a vida de João Paulo, cantor sertanejo, que fazia dupla com Daniel, quando regressava de São Caetano do Sul, onde se apresentou. O seu carro capotou e pegou fogo. Preso às ferragens morreu carbonizado; em 2015, o cantor sertanejo Cristiano Araújo, sofreu um acidente, quando retornava de um espetáculo que fizera em Itumbiara, GO, quando seu carro saiu da pista e capotou. Ele foi levado com vida ao hospital, mas morreu dentro do helicóptero que o transportava. É certo que, após às tragédias há um vazio enorme, característica da alma, só resta, para os fãs cantar e relembrar suas músicas inesquecíveis.

 

José Antonio Merenda
Historiador e membro da ABC – Academia Barretense
de Cultura – Cadeira nº 29

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