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domingo, 08 de junho de 2014

Artigos

O que o cigarro e a dor nas costas têm em comum?

No dia 31 de maio, foi celebrado o Dia Mundial sem Tabaco, data criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para conscientizar a população dos malefícios que o fumo traz à saúde. Mas o que pouca gente sabe é que além dos males já amplamente divulgados, o fumo também é prejudicial à saúde da coluna, especialmente para quem já apresenta alguma disfunção.
Recentemente, o American Journal of Medicine publicou um estudo indicando que fumantes, especialmente os mais jovens, têm mais probabilidade de apresentar dores lombares do que pessoas que nunca fumaram. Apesar das pesquisas realizadas não desmitificarem a explicação da relação do fumo com a dor nas costas, os pesquisadores acreditam que, por haver uma redução do fornecimento de sangue para a espinha dorsal, há um risco mais alto de osteoporose e outras doenças da coluna e que há circulação aumentada de substâncias relacionadas à dor no organismo dos fumantes.
O neurocirurgião especialista em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral do Departamento de Neurocirurgia da Unifesp, Dr. Alexandre Reis Elias, corrobora os dados da pesquisa, explicando que as substâncias nocivas do cigarro diminuem a circulação sanguínea sob os platôs do disco vertebral, impedindo o transporte de nutrientes responsáveis para evitar o ressecamento do disco. “Este componente é fator de risco para o surgimento de hérnias de disco, doença que comumente ocorre pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais lombares ou cervicais, que acabam por apertar as raízes nervosas que passam próximas a eles”.
Muitas doenças da coluna são progressivas e, aquelas que têm relação com o cigarro, quanto antes o indivíduo começar a fumar, e quando permanece por longo tempo, interfere na qualidade de vida e limita atividades simples do cotidiano.
Por fim, Dr. Alexandre Elias salienta que ao interromper o hábito de fumar, as condições de circulação do paciente, antes danificadas pelo fumo, voltam a se normalizar, ajudando na composição do tratamento multidisciplinar sugerido ao paciente.

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