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sábado, 20 de abril de 2024

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O que a Quaresma tem a ver com a Campanha da Fraternidade?

Anualmente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza a Campanha da Fraternidade (CF) no Tempo Litúrgico da Quaresma, o período de preparação para a Páscoa. Mas o que tem a ver a Quaresma com a Campanha da Fraternidade?
A resposta pode ser dada a partir de alguns pontos: a origem da Campanha da Fraternidade, a proposta de conversão do Tempo Quaresmal e a possibilidade de vivenciar a Quaresma de um modo especial, com ações concretas.
“A Campanha da Fraternidade nasce no contexto quaresmal, e o primeiro gesto concreto da Campanha é o coração convertido e o segundo gesto é tratarmos realmente o tema do ano com prioridade, com reflexão profunda para que a gente inicie uma nova etapa”, explica o secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista.
A CF nasce a partir de uma iniciativa de arrecadação de recursos para atendimentos assistenciais da Cáritas Brasileira. Na Quaresma de 1962, no Rio Grande do Norte, foi realizada a primeira Campanha da Fraternidade com o convite à solidariedade, gesto concreto da prática quaresmal da esmola.
A Quaresma também é tempo de conversão. E a CF possui essa proposta ao motivar “um coração convertido”. Há mais de cinco décadas, a iniciativa anuncia a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, à sociedade e ao planeta, a Casa Comum.
“A cada ano, um tema é destacado como sinal de que realmente necessitamos de conversão. Em cada um dos temas específicos tratados pela Campanha da Fraternidade há o convite para alargar o olhar e perceber que o pecado ameaça a vida como um todo”, explicou a Presidência da CNBB no texto-base da Campanha da Fraternidade de 2019.
Citando o Papa Francisco, a Presidência da CNBB recorda que a “Quaresma é tempo favorável para sairmos de nossa alienação existencial causada pelo pecado”, é “tempo de abertura ao mistério da dor e da morte, da cruz, do Crucificado, Vencedor da morte”.
No Tempo Quaresmal, a liturgia e a catequese voltam-se para a lembrança e a preparação do Batismo, assim como os catecúmenos faziam no início da Igreja, exigindo profunda reorientação de vida e conversão de coração.
“E é a meditação da Palavra de Deus, os exercícios espirituais que nós fazemos, e as práticas que nós já conhecemos que vão nos ajudar a fazer essa boa preparação. Um coração convertido, jamais será indiferente aos irmãos e irmãs. Um coração convertido é um coração fraterno. Então, não tenha medo da fraternidade, ela é irmã gêmea da conversão”, orienta padre Patriky.
A CF ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola. Assim, a iniciativa promovida pela CNBB tem a finalidade principal vivenciar e assumir a dimensão comunitária e social da Quaresma. Ela é um dos modos de viver a espiritualidade quaresmal. Ou seja, não se esgota a Quaresma na vivência da Campanha, mas a Campanha também não contradiz a vivência quaresmal, pelo contrário, a enriquece.
A cada ano, um tema é destacado como sinal de que realmente necessitamos de conversão. Em cada um dos temas específicos tratados pela CF há o convite para alargar o olhar e perceber que o pecado ameaça a vida como um todo.
A partir dos temas, as campanhas propõem um programa quaresmal: Escuta da Palavra que converte o coração; verdadeira atenção pelos outros; romper com a indiferença frente ao sofrimento; disponibilidade para o serviço. Fonte: CNBB

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