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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Artigos

NELSON MANDELA

Nelson Mandela tornou-se um ícone de liderança no mundo globalizado. É um homem da globalização, tanto que fez parte de um seleto grupo de anciãos (dos quais faz parte Fernando Henrique Cardoso) de grande influência no mundo, junto com Desmond Tutu, Jimmy Carter, e outros. Tais homens vem trabalhando para implementar a agenda globalista, com o ambientalismo, o pacifismo, a ideologia de gênero, etc. Cabe ressaltar que não só Mandela, mas outras lideranças do seu perfil se favoreceram dessa agenda, e conquistaram os altos postos em seu país, com as bandeiras de interesse da globalização.
De qualquer forma, há muitos fatos que assumiram uma força simbólica de grande impacto na trajetória de Mandela, principalmente o de ter se tornado o primeiro presidente negro na história da África do Sul, e ter contribuído para o fim do apartheid. Assim como Martim Luther King, Mandela está associado à luta contra a discriminação racial, que ganhou mais força ainda com a eleição de Barak Obama, também o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos. Isso não pode, no entanto, tomar outros aspectos ideológicos, como por exemplo, inverter as coisas, fazer de uma luta justa, para novas formas de discriminação, acirrando um conflito racial, voltando-se os ressentimentos já passados contra os brancos, etc. Principalmente no Brasil, é preciso que estejamos atentos a isso, pois que somos uma nação plural, de convergência cultural. A luta de Mandela por uma África livre do preconceito e da discriminação, está ainda longe de ser o que se espera, pois há lá grandes desafios. 
Mesmo assim, Mandela se junta a Martim Luther King, e até a Gandhi, como emblemas de uma época, ele próprio já chamado pai da África do Sul, com a mesma força de liderança que Gandhi representou na Índia. O fato de Mandela fazer parte do grupo The Elders, inclusive como presidente, o associa aos interesses do globalismo, e isso nos leva a questionar se realmente certas bandeiras defendidas não foram utilizadas como discurso bonito para justificar um lado mais sombrio da globalização, de crescente concentração da riqueza do mundo nas mãos de uma oligarquia com cada vez mais influência, que oferece paliativos assistencialistas às nações mais pobres, mesmo as que estão em desenvolvimento. Como explicar, por exemplo, que somente depois da ascensão de Mandela à presidência, é que enfim poderosos grupos internacionais conseguiram o que há décadas vinham tentando em vão, o acesso aos diamantes da África do Sul. Tudo isso nos leva a uma reflexão menos politicamente correto dos fenômenos da atualidade, para que saibamos exatamente entender o que cada um representa, a que interesses servem, neste contexto de indagações constantes sobre que futuro querem construir e o que estão fazendo as lideranças do mundo com os propósitos globalistas. 
 
Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Presidente da Conap/MEC (Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Prouni).

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