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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Artigos

Miopia Alcoólica e Ciúme Alcoólico

Há um conceito muito interessante explanado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas: a “Miopia Alcoólica”.
O míope é aquele que consegue enxergar muito bem de perto, mas tem dificuldade de enxergar de longe.
A Miopia Alcoólica descreve os efeitos do álcool no raciocínio ou no processo de aprendizagem de quem bebe: sob a ação dessa droga, as pessoas tendem a enxergar muito bem a realidade imediata, mas tem muita dificuldade em enxergar longe, ou seja, de antecipar consequências futuras de suas reações no presente.
Muitos respondem a uma provocação com agressão física, ou acabam brigando, com resultados muitas vezes trágicos. Nesses casos, a Miopia Alcoólica prevaleceu e a pessoa concluiu que o certo naquele momento foi aliviar a raiva e liberar a agressividade, sem medir as sequelas.
O fenômeno explica também muitas relações sexuais sem proteção para prevenir a gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis. Quando bêbados, a realidade imediata da atração física predomina e o resultado de uma gravidez indesejada ou a contaminação de doenças não são processadas mentalmente como algo significativo.
Em setembro de 2013, pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, publicaram na revista Psychopharmacology um estudo que mostra que a intoxicação alcoólica reduz a capacidade de interpretação adequada de expressões faciais como as de felicidade, medo e raiva. Por isso, algumas pessoas embriagadas se comportam de maneira desajustada, perdem a inibição social, ficam mais agressivas ou se isolam.
Um dos motivos para as brigas entre casais se fundamenta em um transtorno psicótico crônico chamado “Ciúme Alcoólico”, caracterizado por delírios de que o parceiro conjugal ou sexual é infiel, acompanhado de uma procura insistente da evidência da infidelidade e acusações diretas.
 
Luciano Quemello Borges, 1° Tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, formado pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco, autor do livro “Drogas Recreativas”.

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