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Lockdown: do exemplo (negativo) no mapa de São Paulo à evidência do conjunto de erros gerenciais
São poucas as cidades no Estado de São Paulo hoje em lockdown. Isso demonstra claramente a ineficácia na condução da pandemia de COVID19. Em março de 2020 o Comitê de Ética do Hospital de Amor, do gestor da Saúde em Barretos, em regime de monopólio, ACONSELHOU (AOS MÉDICOS) O NÃO USO DE DERIVADOS DE CLOROQUINA “em nível assistencial”.
Na ocasião preconizávamos, com base em evidências de nível Ao uso desse medicamento, já com outros, também mostrando evidências, como era o caso da ivermectina. Hoje há dezena ou mais de drogas utilizáveis no início da doença.
Pois bem. Cidades exaustivamente citadas, conseguiram conter ocorrência, internações e redução também de mortalidade com a prática do uso de profilaxia e tratamento precoce.
O que se vê hoje? A cidade de Barretos sonegou essa forma de tratar e, até agora, trata pessoas sintomáticas e com teste positivo, sem a aplicação do tratamento imediato. Nem oferece ao público, profissionais que aceitam fazer esse uso, cerceando espaço para a autonomia de ambos: médico e paciente, legitimamente protegidos pelo Conselho Federal de Medicina.
Aí começa um festival de cenas dantescas. O gestor do monopólio de saúde, confessa ser “adepto integral” do tratamento imediato, em vídeo corrente na mídia e imprensa regional. Porém, na prática, 99 por cento das pessoas atendidas na rede pública, não recebem a receita da medicamentação imediata ou precoce.
É sabido que médicos que ousam prescrever, não são bem vistos pelos supervisores. Mais interessante ainda: é grande o número de colegas, na linha de frente, que se cuidam profilaticamente e precocemente usando medicações com evidência de proteção.
Nessa contradição tem prevalecido o NÃO tratamento inicial, por conta dos médicos da rede pública, equipada com profissionais em fase de aprendizado e treinamento, que se sentem inseguros ou inibidos por uma regra recebida de não usá-lo e recomendados aguardarem a fase avançada da doença.
O resultado aí está. Sem razão ou direito de reclamar de falta de recursos (dinheiro) públicos, que têm sido fartos, a população de uma cidade, situada em rica região do País, está submetida ao regime de lockdown que é sintoma claro de incapacidade gerencial da pandemia.
A despeito da eficácia discutida do tratamento inicial, cada vez mais aceito e menos impregnado pela mácula política e de interesses financeiros, o péssimo manejo da epidemia pela Prefeitura local tem como destaque (negativo) essa verdadeira sonegação de possibilidades de combater esse terrível mal.
Isso somado à grave redução de leitos hospitalares da Santa Casa de Barretos, de 350 para 200 (no início, um absurdo), sem a menor preocupação em repor essa falta, são consequências da equivocada política de saúde da cidade, invocando mudanças gerenciais para o bem da sua população.
Em resumo: a falta grave de leitos hospitalares, a falta de tratamento preventivo ou imediato, a imperícia de profissionais colocados no front de atendimento, a falta de gestores médicos (todos são leigos em Medicina), e o não aproveitamento dos fartos recursos financeiros (Federal e Estadual) foram os caminhos diretos e curtos para o colapso de atendimento, gerando a forçada providência (com o sério dano econômico), o lockdown que, se necessário, é o espelho da incapacidade gestora.
É urgente a necessidade de mudança de comando na Saúde da Prefeitura e o desmantelamento do monopólio vigente, que é uma prática ilícita na atividade privada e grave, principalmente, quando prejudica uma área essencial de governo, como é a saúde.
Infelicidade…nos resta orar.
Que tenhamos uma semana de Proteção e de Luz a orientar.
Dr Fauze José Daher
Médico e ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Advogado