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Hipertensão e o poder dos hábitos
Doença atinge um a cada quatro adultos no país e, ainda assim, grande parte da população continua se colocando em risco
A hipertensão é bastante comum e provavelmente todos nós conhecemos alguém já diagnosticado com a doença. E, como se já não fosse uma questão importante o bastante, uma vez que os hipertensos têm mais chances de ter problemas como AVC, infarto, doença renal crônica, alterações na visão e impotência sexual, na atual pandemia de Covid-19, a condição também é considerada como um risco a mais para quem é infectado pelo vírus.
O médico e um dos diretores do Hospital São Jorge Jorge Rezeck, afirma que o melhor caminho para não chegar até a chamada pressão alta é a prevenção por meio dos hábitos de vida como: alimentação saudável e com baixo consumo de sal, controle do peso e estresse, assim como a manutenção de consultas e exames médicos regulares. “A hipertensão tem tratamento e até uma possível reversão, mas isso não depende apenas de se apegar ao medicamento. É preciso um diagnóstico rápido e mudança nos hábitos de vida. É exatamente nesta parte que muitas pessoas erram”, afirma.
E o descuido dos brasileiros diante a doença que, de acordo com o Ministério da Saúde, pode estar relacionada a morte de mais de 302 mil pessoas em 2017 por doenças cardiovasculares, é comprovada cientificamente. O exemplo é o consumo exagerado de sal, uma vez que, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 5 gramas de sal diário, a média brasileira é de mais de 12 gramas.
Segundo o médico, a quantidade de sal ingerido pode estar relacionada ao preparo de comidas em casa, mas também a ingestão de alimentos industrializados, já que muitos alimentos processados possuem quantidades altas de sódio. “Ter uma alimentação rica em nutrientes, com alimentos de verdade é um grande investimento em longevidade, mas, em situações em que não é possível fugir dos industrializados, vale a pena ter atenção aos rótulos”, disse.
Hereditariedade
Além dos hábitos de vida, a hereditariedade também representa um risco para quem tem familiares hipertensos, afinal, filhos que tenham pai ou mãe com pressão alta têm 25% mais chances de também desenvolver a doença ao longo da vida. Quando o pai e a mãe são hipertensos, o risco sobe para 60%.
Nestes casos, apesar de um fator genético “incontrolável”, o médico Jorge Rezeck aconselha ainda mais cautela. “Para essas pessoas, tomar as rédeas da sua saúde é ainda mais importante, pois é ainda mais necessário o controle de suas ações para evitar comportamentos que as coloquem ainda mais em risco, como o sedentarismo ou o tabagismo”, disse.
Perda de peso
Existe uma relação real entre a pressão alta e o aumento de peso e a redução de alguns quilos pode fazer uma diferença significativa. Estima-se que a cada 1kg de peso eliminado, a pressão do hipertenso caia de 1,3mmHg a 1,6mmHg, em média.