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GESTÃO DA INOVAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ATENDIDAS PELO PROGRAMA AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO FRANCA/BARRETOS
A inovação é fator de sobrevivência das micro e pequenas empresas e instrumento necessário para que elas aumentem sua participação na economia brasileira, consolidando posições no mercado interno e assegurando maior participação no mercado internacional. (Sebrae, 2015).
Apesar de muitos empresários pensarem em mudanças altamente tecnológicas quando se fala em inovação, seu conceito é bem simples e abrangente, e segundo o Manual de Oslo significa: “Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas” (Manual de Oslo, 2007)
Desta forma, para que a cultura de inovação estivesse alinhada a cultura organizacional das micro e pequenas empresas que o Sebrae criou o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), através de um acordo de cooperação técnica entre o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Este Programa possui como objetivo principal a promoção continuada das práticas de ações de inovação nas empresas de pequeno porte (EPP), ou seja, com faturamento anual de R$ 360.000,01 a R$3.600.000,00 e atuantes nos setores de Indústria, Comércio ou Serviços, por meio de uma orientação proativa, gratuita e personalizada.
Esta orientação é realizada por ALI’s, bolsistas do CNPq, selecionados e capacitados pelo Sebrae, cuja atuação principal ocorre em 30 meses de acompanhamentos de um número específico de empresas definidas pelo Sebrae/UF.
O programa ALI possui sua abrangência nacional e se consolidou como um diferencial nas estratégias de competitividade para os pequenos e médios negócios, propondo mudanças de impacto direto na gestão empresarial, na melhoria de produtos e processos e na identificação de novos nichos de mercado para os seus serviços.
Estas soluções apresentadas pelos agentes ocorrem através de 7 (sete) etapas e oferecem respostas às demandas de cada negócio de acordo com a individualidade e realidade de cada empresa.
As etapas são, respectivamente, sensibilização, adesão, diagnóstico empresarial (MPE Brasil), radar da inovação, devolutiva, Matriz FOFA (Análise SWOT), e Plano de Ação.
Com início em 2010, o programa obteve números expressivos ao longo de sua trajetória conforme podemos observar na tabela a seguir:
Outro aspecto importante do programa ALI, consiste nas produções acadêmicas desenvolvidas em duas modalidades, a primeira como Artigo e a segunda como Estudo de Caso, este último também pode vir a integrar os cadernos de inovação do Sebrae, que se dividem em Serviços, Indústria, Comércio, e Orientadores ALI, realizados anualmente com vista ao fomento da inovação através de cases nas micro e pequenas empresas.
Importante mencionar que, no ano de 2016, o Sebrae Nacional foi vencedor do Prêmio “Projeto do Ano” e “PMO do Ano”, que consiste no reconhecimento nacional de empresas e profissionais da área de Gerenciamento de Projetos, Programa e Portfólio de Projetos.
O premiação é uma iniciativa da revista Mundo PM, uma revista especialista em publicações no tema de gerenciamento de projetos, sendo que o Programa Agentes Locais de Inovação obteve seu reconhecimento através do 1º lugar na categoria Projeto do Ano.
O programa ALI passará agora em 2018 por algumas mudanças, com vistas principalmente na efetivação das ações de inovação, através de um tempo maior in loco nas empresas aumentando a eficiência e eficácia dos resultados dos acompanhamentos.
Tendo em vista que a soberania e a longevidade do empreendimento estão condicionadas à implantação de práticas inovadoras e à relevância do papel socioeconômico das MPE, a gestão da inovação impõe-se como uma atividade essencial para a legitimação do processo inovador. Assim, a pesquisa quantitativa e transversal realizada pelos agentes e e orientadora teve como objetivo averiguar o grau de inovação das empresas atendidas pelo Programa Agentes Locais de Inovação nas cidades de Franca e Barretos a partir da aplicação do questionário Radar da Inovação em quatro ciclos do programa, ciclo 0, 1, 2 e 3. Quando iniciaram o programa em 2016, as empresas da amostra foram avaliadas com o grau de inovação ER Barretos R0: 2,4 e ER Franca R0: 2,2, contudo após avaliação dos dados consolidados, R0, R1, R2 e R3, nota-se que as empresas da amostra aumentaram o grau de inovação quando finalizaram o programa, sendo ER Barretos R3: 3,67 e ER Franca R3: 3,19, o que corrobora a relevância do monitoramento do Programa ALI no desenvolvimento e aporte ao empreendedor. Nessa perspectiva, as empresas que no início de 2016 foram consideradas pouco inovadoras, com inovação incipiente, ao final do programa, em 2017, podem ser consideradas empresas inovadoras incrementais, de tipologia três, que constituem inovação comum, em curto prazo, com recursos pequenos e razoáveis influenciados por fatores econômicos. O que denota a relevância de avaliar o processo inovador em sua temporalidade. Considerando a análise por dimensão, tanto o ER Barretos, quanto o ER Franca destacaram-se nas dimensões marca e oferta, e obtiveram menor desempenho nas dimensões plataforma, agregação de valor e cadeia produtiva, provavelmente devido ao custo operacional das ações.
Lirian Duarte Nakamichi. Advogada. Ex- aluna do Curso de Direito da Faculdade Barretos. E-mail: lirian.alisp@gmail.com
Nádia de Castro Carvalho. Orientadora do Programa ALI Sebrae/ CNPQ. Faculdade Barretos. E-mail: nadia@unibarreto.com.br
Abdala Rezek Filho. Aluno da Pós Graduação Gestão de Pessoas da Faculdade Barretos. E-mail: abdala_r@hotmail.com
Andre Lazcano da Luz
Coordenador do Programa Agente Local da Inovação. SEBRAE / SP / CNPQ.
E-mail: andrell@sebraesp.com.br