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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Artigos

DESAFIOS EDUCACIONAIS APÓS A APROVAÇÃO DO PNE

O Plano Nacional de Educação, sancionado esta semana, estabelece diretrizes para a educação brasileira para os próximos dez anos. Um dos pontos mais discutidos foi o de destinar 10% do PIB para a á área educacional, com o objetivo de ampliar recurso público à educação. Vemos assim o empenho do governo em garantir meios de investimento em educação, em todos os níveis. No entanto, não é apenas de recursos financeiros que precisamos, mas de projeto educacional, de proposta, de investimento na formação e capacitação dos professores e demais profissionais do sistema de ensino brasileiro. Profissionais preparados para os desafios de hoje, que saibam recorrer às metodologias adequadas para que nossas crianças, adolescentes e jovens estejam em condições de encontrar seu devido espaço no mercado de trabalho e também que tenham um sentido de vida capaz de fazer com que se realizem como pessoas.
Sabemos que tais desafios não são fáceis, mas precisamos trabalhar para chegarmos a níveis de educação que realmente atendam a tais exigências, com a qualidade requerida em um país continental como o Brasil. Da mesma forma, não adianta o governo determinar por lei o ensino integral desde o ensino fundamental, se o foco não estiver também no investimento constante na formação e qualificação dos professores e demais profissionais. Cabe ressaltar ainda que esta formação não deve ser de doutrinação ideológica, como já vem ocorrendo, o que vemos, por exemplo, em muitas apostilas e livros didáticos, com a pretensão de reescrever a história do Brasil, com enfoque socialista, segundo o pensamento de um único partido. É preciso que prevaleça a diversidade do pensamento, a pluralidade, para garantir a liberdade no exercício da cidadania. Por isso, temos que estar atentos quanto ao risco do governo de fazer das escolas espaços de doutrinação ideológica, a exemplo do que já acontece em muitos estabelecimentos de ensino, pelo país afora. A educação deve contemplar todas as formas de pensamento, sem se tornar refém de apenas uma ideologia.
Daí que destacamos como positivos os esforços do Congresso Nacional em ter conseguido concluir a discussão e votação do Plano Nacional de Educação, e esperamos que nestes próximos dez anos ele seja instrumento da promoção de uma educação cada vez melhor, em todos os sentidos. E que seja ele colocado em prática. Que não fique somente nas boas intenções, como já ocorrera com outros PNES.
 
Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Especialista em Gestão Universitária pelo IGLU (Instituto de Gestão e Liderança Interamericano) da OUI (Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal, Canadá.

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