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Bens necessários e atemporais
Antigamente, o banheiro público era um prédio azul todo azulejado e com forma tipo um pentágono, não me lembro bem. Era muito bonito. Ficava ali, onde fizeram a biblioteca pública que hoje também, pelas vezes que passei por ali, pude perceber que está também já teve seus tempos áureos. Então, demoliram o banheiro e transferiram para aquele local debaixo da sacada na praça. E ficou um lugar escondido, como se banheiro fosse feio, algo que não seja necessário, pois quem o projetou com certeza não o usaria. Lembro bem, dos dias da minha infância, em que íamos em família aos passeios na Praça Francisco Barreto e por ali, perto do banheiro, a banda municipal fazia sua apresentação. Tudo era muito limpo e cheiroso, tanto que por ali, se encontravam os vendedores locais: uns vendiam pipocas, outros cachorro-quente. Havia também os vendedores de balões. Era um tempo festivo de convivência e de bons conceitos de higiene por parte da população. Daí se percebe que quando se esconderam os banheiros, ao mesmo tempo se permitiu atos de depredação e de má utilização daquele lugar.
Para se adequar ao período atual em que vivemos, é preciso que se busque soluções que sejam do contento de todos onde o belo e útil em arquitetura caminhem juntos. Há de se copiar bons modelos, buscar referências em construções otimizadas e fazer disso um movimento de conscientização sobre “ quem cuida, sempre terá”, com utilização de tecnologias que permitam visualizar o entra e sai, monitorando o lugar.
Com a demolição dos banheiros, surgiu impactante e bela para a época o prédio da biblioteca municipal. Fecho os olhos e vem a memória os dias de estudos, pesquisas escolares. Digo que era um evento, o dia em que tinha o privilégio de estar lá para realizar trabalhos escolares individual ou em grupos. Então era uma festa.
Gostaria muito que ela tivesse um papel fundamental na vida das crianças e dos adolescentes de hoje assim como teve para mim, promovendo saraus literários, exibição de filmes e documentários, acesso a internet e que tivesse todo o conteúdo literário e científico a disposição dos barretenses. Porque não até uma parceria com a feira do livro de Ribeirão Preto?
Só unindo cultura e educação poderemos construir bases sólidas para o desenvolvimento de todos os cidadãos.
Necessariamente há de se pensar melhor sobre os ambientes públicos em nossa cidade, que possui duas características importantes: cento turístico e hospitalar.
Creio que temos profissionais capacitados para tal. Sinceramente, espero que se faça algo em prol destas duas causas pendentes de olhares carinhosos e cuidadodosos zelando pelo bem estar geral da população.
Rita de Cássia Minuncio
Professora e
Psicopedagoga.