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Apnéia do sono e coração: qual a relação?
Olá!
A síndrome da apneia do sono é caracterizada por paradas respiratórias de mais de dez segundos durante o sono, relacionadas com a diminuição da oxigenação do sangue durante a noite. Tal distúrbio afeta cerca de 30% da população brasileira adulta. Em populações de risco para apneia do sono, como obesos e hipertensos, a prevalência pode ser ainda maior.
Esse problema ocorre quando o ar não consegue chegar até os pulmões durante o sono, devido ao fechamento da garganta por períodos curtos de tempo, o que causa pausas na respiração. O excesso de peso é o principal desencadeador da apneia.
O problema disso tudo, é que além de ser responsável por um sono de má qualidade e sonolência diurna, a apneia promove múltiplos efeitos sobre o coração. Primeiro porque há queda da oxigenação do sangue, o que ocasiona aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Somente depois de alguns segundos sem oxigenação, quando o indivíduo desperta, é que acontece a desobstrução da garganta com retorno da oxigenação para o nível normal.
As quedas e retomadas súbitas da oxigenação do sangue diversas vezes ao longo da noite são os principais gatilhos para o desenvolvimento de doenças do coração e vasos, como aterosclerose, crescimento do coração e pressão alta.
O diagnóstico da apneia do sono é baseado na história clínica, exame físico e teste de registro do sono (polissonografia). Os sinais e sintomas mais comuns da doença são roncos, apneias testemunhadas e sonolência excessiva diurna. A apneia do sono é uma enfermidade séria. Se você reconhece os sintomas, ou presencia os mesmos em alguém, procure um médico o quanto antes.
Um ótimo domingo e até o próximo!
Daniele Rezek
Cardiologista
CRM 145.887
RQE 64.850