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domingo, 18 de maio de 2014

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Alimentos funcionais não são remédios; faça o teste e aprenda sobre eles

Ômega-3, flavonoides, licopenos. Provavelmente você já ouviu falar bastante em alguns desses nomes, hoje estampados em embalagens de margarina, leite, sucos de uva, porções de castanhas, salmão congelado, azeites e uma infinidade de outros produtos.  Eles se referem a substâncias encontradas naturalmente em alimentos que, comprovadamente, ajudam a prevenir e a combater uma série de doenças crônicas degenerativas.
Ou seja, mais do que cumprir com suas funções nutricionais básicas e fornecer energia para o organismo, esses alimentos contribuem para melhorar a saúde das pessoas. Um exemplo é o tomate, fruto rico em licopeno, um pigmento que, segundo estudos, ajuda a prevenir o câncer de próstata. Quanto mais vermelho ele for, maior será a concentração da substância, explica a nutricionista Ana Paula Geraldo, responsável técnica pelo Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
O fruto é um dos muitos alimentos funcionais, classificação que abrange uma série de legumes, frutas, peixes e cereais, entre outros itens. Mesmo que você não saiba, a sua dieta provavelmente é rica nesses ingredientes, o que é uma ótima notícia. Mesmo não gostando de um alimento especificamente, você pode extrair de outras fontes os mesmos benefícios.
É o caso dos flavonoides, compostos com propriedades anticancerígenas que podem ser encontrados na maçã, cebola, alho, brócolis, chá verde, vinho tinto, casca da uva, frutas cítricas, cacau, cereja, morango, amora, soja e outros alimentos.
 
Prescrição
Embora a ação dessas e de outras substâncias seja largamente reconhecida pela comunidade médica, isso não quer dizer que elas funcionem como remédios. "Para exercer seus efeitos, a ingestão dos alimentos funcionais deve fazer parte uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais", fala Geraldo.
Também não adianta ingeri-las em excesso para obter uma ação mais intensa, como assegura a nutricionista Paula Canavó,  do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo (SP). Além de não trazer benefícios, o exagero pode ser até contraindicado dependendo da situação.
Qual a medida ideal então? Justamente porque não se tratam de remédios, não há uma prescrição exata de quantidades. O consumo deve ser diário e ao longo do dia, como orienta a nutricionista Martine Elisabeth Kienzle Hagen, professora do Curso de Nutrição Departamento de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).  
Ao incluí-los na dieta, vale ficar atento ao rótulo dos alimentos industrializados, pois em alguns casos será preferível obter o benefício do produto fresco. A nutricionista da USP cita o caso do ketchup, que embora ofereça o licopeno, também traz em sua composição sódio, conservantes e aditivos alimentares.

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