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A graça de Deus não é mera retribuição
Estamos acostumados a sermos recompensados pelas coisas corretas que fazemos. Somos premiados por desempenhar tal função de maneira correta e por aí vai. Mas, com a graça e com a ação de Deus é um pouco diferente.
A passagem que embasa nossa reflexão no dia de hoje (Mt 20, 1-16a) é um exemplo para nos mostrar que a graça de Deus vem mediante a aceitação em trabalharmos para o seu Reino. A passagem narra um patrão que saiu para contratar empregados. Ao primeiro ele prometeu certo salário, aos outros que foram se chegando a determinadas horas do dia, foi oferecido o emprego. Ao final da tarde, todos receberam a mesma quantia. Injustiça?
Para nós, com nosso pensamento humano e consumista sim, mas para Deus não. A graça de Deus não se dá mediante ao tempo que estou a serviço, mas sim quanto eu me incluo, quanto me dedico ao reino de Deus. Não adianta, às vezes, dizer: “faço tudo pela Igreja, contribuo, participo das pastorais e vou sempre as missas” se nosso coração não se converteu ao Reino, ao projeto de Deus. Não que isso não seja importante, aliás é fundamental, mas deve ser uma consequência do encontro que faço com Jesus vivo e presente na Igreja. Aceitar o projeto de Deus é compreender que Ele é justo para com todas as coisas, e saber que pertencer a todas as pastorais da paróquia não nos garantirá a salvação. É bom nesse aspecto termos em mente que a “lógica” de Deus não é a lógica do ser humano.
Como disse Deus pela boca do profeta Isaías: “Meus pensamentos não são como vossos pensamentos, e vosso modo de agir não é o meu” (cf. Is 55,6-9). E completo que alegria Deus não pensar como a gente! Que Ele nos fortaleça, e que voltemos cada vez o coração para o Senhor hoje ainda.
Diácono Pedro Henrique Lopes
Paróquia São Miguel Arcanjo – Miguelópolis