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quarta-feira, 06 de dezembro de 2023

Artigos

A Despedida em tempos de pandemia

Neste mês, completou exatamente três meses que eu que venci a Covid-19, a quem agradeço imensamente toda a equipe de médicos do Hospital São Jorge, na pessoa do Dr. Jorge Rezeck, Dr. Noel Arantes Júnior, Dr. Vagner Chiapetti e demais profissionais que são incansáveis nesta luta, além de minha esposa Ruthneia e minha filha Laura que foram bravas guerreiras ao meu lado o tempo todo. Superado o meu trauma, voltei a viver novamente momentos de angústia, tristeza e até de impotência por tentar ajudar minha mãe, a ter um leito de internação e não conseguir, permanecendo na UPA, nos leitos de retaguarda e suporte ventilatórios que eram no dia 15 de junho a única opção. Apesar dessa dificuldade de leito de UTI, minha mãe foi muito bem tratada por toda a equipe, onde aqui cito o Dr. Paulo Muzetti, o enfermeiro Ronaldo Araújo, em nome dos demais, já que seu estado de saúde era muito grave e pela idade, se tornou um agravante maior, mesmo tendo recebido as duas doses da vacina, a segunda no dia 4 deste mês.
Realmente é algo muito difícil na vida de todos nós, principalmente dos familiares, ver a minha mãe Ione Flosi Minuncio, 82 anos, doente por este vírus, ter a sua vida ceifada, podendo quem sabe ter vivido mais alguns anos com a gente. Justamente ela, que tinha medo de ir na calçada para não pegar o vírus e não perdi tempo de fazer as orações pela recuperação dos conhecidos, como foi o caso do meu primo Gustavo, que é mais um vencedor dessa batalha.
É uma pena, o meu anjo se foi e o pior de tudo, foi não ter tido a oportunidade de lhe dar um último adeus em seu leito hospitalar. Mas, para mim, fica o eterno agradecimento, por todos os momentos bem vividos ao seu lado, se sacrificando junto com o meu pai Severo, para que concluísse o curso superior em Jornalismo e tantas outras coisas maravilhosas ao longo de todos estes anos, tanto para mim, como para as minhas irmãs Rita e Solange, os cinco netos e um bisneto, com muita compreensão e respeito sempre, algo difícil de se ver hoje.
Esse vírus da Covid-19 que muita gente ainda não entendeu o seu estrago em um convívio familiar, primeiro nos afasta dos enfermos pelo risco de contágio, que no meu caso seria uma reinfecção e por outro lado, fica pessoas perdendo tempo com essa guerra ridícula de tantas discussões sem fundamentos, fazendo que ninguém acredite na doença e venham a ter noção da situação, quando já está grave ou tendo parentes doentes, que no meu caso atingiu vários membros da minha família e até hoje não pude dar um abraço no meu pai, pelo falecimento da minha mãe. O alerta precisa estar ligado, os sintomas se confundem entre uma gripe e até mesmo a dengue, mas ao sentir algo diferente procure o médico, faço o teste para ver se é ou não positivo, pois se cuidar logo no início, como fiz me tratando desde o início, pode ser fundamental para o tratamento.
E para finalizar, agradeço a todos pelas orações na minha recuperação, e peço que tenham consciência da gravidade que vivemos hoje, cobre dos seus parentes, amigos e denuncie os festeiros de plantão, só com união iremos vencer terrível vírus. Que Deus, nos conforte e dê o conforto a cada uma das 461 vidas perdidas em Barretos nesta pandemia, que nos assola por mais de um ano. E que dê força aos médicos, enfermeiros e todos os profissionais da saúde e equipes envolvidas, por vocês serem verdadeiros anjos.

Roberto José Minuncio
Jornalista do Grupo Jornal de Barretos Comunicações

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