Ir para o conteúdo

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Artigos

NO DIA DO HOMEM, CONHEÇA ALTERNATIVAS PARA DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

Segundo médica especialista da Sociedade Brasileira de Patologia, biópsia no períneo oferece menos riscos de infecção e complicações
Amanhã, dia 15 de julho, é celebrado o Dia do Homem no Brasil, importante data para promover o diagnóstico do câncer de próstata. Esse é o tipo de câncer mais frequente entre homens em todas as regiões do Brasil, apenas em 2018 foram 68.220 novos casos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora a taxa de mortalidade para esse tipo de doença seja relativamente baixa, o rastreamento e a detecção precoce são importantes.
Os exames mais utilizados na detecção de tumores são a avaliação dos níveis do soro de PSA (Antígeno Prostático Específico, substância produzida pela próstata) e o toque retal, recomendado para homens a partir dos 50 anos. Exames de imagem, como a ressonância magnética, também podem ser utilizados. No entanto, para o diagnóstico definitivo, é necessária a biópsia, feita pelo médico patologista por meio da análise de tecido do reto ou do períneo.
Muito comum na Europa, a biópsia transperineal, região compreendida entre o saco escrotal e o ânus, tem como diferencial a forma de acesso às diversas regiões da próstata.
“Algumas regiões são pouco acessíveis à biópsia transretal, como a porção anterior da próstata. Nesses casos, a punção transperineal tem maior facilidade em representá-la”, segundo a Drª Katia Ramos Moreira Leite, médica patologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Além disso, a maior vantagem da biópsia transperineal seria os baixos índices de infecção. “Apesar da prevenção da infecção com o uso de antibióticos quando realizada a biópsia transretal, seus índices tem aumentado, principalmente por resistência bacteriana aos medicamentos, devido ao seu uso indiscriminado”, explica ela.

Inovações no diagnóstico
No âmbito tecnológico, a biópsia transretal e a transperineal se equivalem. Atualmente, a ressonância magnética multiparamétrica é o que há de mais novo para esse tipo de diagnóstico. Utilizada caso persista a suspeita de câncer e a primeira biópsia se mostre negativa, ela aponta com maior precisão a região suspeita, permitindo uma biópsia dirigida.
“Os estudos mostram que 1/4 dos pacientes poderiam não sofrer a biópsia nos casos onde a ressonância magnética se mostre normal. Mesmo que persista a suspeita de câncer, por exemplo, por níveis aumentados do PSA, o exame de ressonância normal está associado à ausência de câncer ou a tumores clinicamente insignificantes, que não alteram a qualidade de vida ou a longevidade do paciente. Mas, se a ressonância se mostrar alterada, a biópsia dirigida para essa área suspeita tem maior chance de fazer o diagnóstico”, detalha Moreira Leite.
Além desse, mais sofisticado, mais caro e menos acessível, complementa a médica patologista, “o equipamento de medicina nuclear com o uso de um marcador, o PSMA, utiliza um elemento radioativo, seguro e sem reações adversas, como marcador específico da célula cancerígena e é outra importante inovação no diagnóstico do câncer de próstata”, complementa.

Compartilhe: