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terça-feira, 16 de abril de 2024

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VIAJAR

Bom dia Barretos. Confesso, que uma das atividades mais prazerosa para mim, é a de viajar. Conhecer novas culturas e a história de outras civilizações, sempre me encantou. Podemos viajar pelos mais variados meios de transporte, como ônibus, carro, avião ou mesmo nos sonhos. Por falar em sonhos, confesso que tive um na noite passada, que foi deveras interessante.
Sonhei que havia amealhado todas as minhas economias, a fim de participar de um dos primeiros voos interplanetários. Depois dos treinamentos previstos, a viagem começou. Nossa nave pousou numa terra distante, diferente de tudo que conhecemos no nosso amado planeta e num estado tido como canibalesco. Confesso também, que nos primeiros momentos, senti um frio forte percorrer minha coluna e não me atrevi a sair das redondeza s do hotel. O medo de me deparar com um grupo que praticasse o canibalismo me paralisava.
Após dois dias naquela terra estranha, me apossando do que me restava de coragem e tomando muito cuidado, me acerquei do metre no restaurante e medindo as palavras, perguntei se era seguro me atrever a conhecer o local sem ser atacado por tais grupos. Com um sorriso nos lábios, ele me confortou, dizendo que o canibalismo, que ali se praticava, não era o canibalismo a que me referia, e sim ao canibalismo econômico e social.
Quis saber um pouco mais do que ele denominava de canibalismo econômico social e então, pacientemente me explicou, que o canibalismo que ali se praticava era a voracidade em se apropriar dos bens alheios na primeira oportunidade que se apresentasse, pouco se preocupando com o respeito ou bem estar do próximo. A vontade de levar vantagem em tudo, mesmo que tal conduta pudesse trazer sofrimento físico ou moral ao seu semelhante, pouco importava.
Ainda sem conseguir entender bem tais conceitos, pedi se poderia me exemplificar. Contou me então um episódio que lá havia ocorrido há poucos dias. Houve uma greve dos transportadores que afetou gravemente a indústria o comércio e a vida do cidadão. O lógico, em qualquer parte do mundo civilizado, seria aumentar a oferta de carona, buscar escalonar o horário do funcionamento do comércio e buscar alternativas que minorasse o sofrimento da população. Aqui não, quem tinha carro passou a exigir do carona o triplo do que ele gastaria normalmente, para se deslocar até seu local de trabalho. Os possuidores de vans, quadriplicaram o preço pelo transporte dos passageiros. Os preços no comércio dos bairros triplicaram e todos só tinham olhos para amealhar os recursos do próximo, usando como desculpa a greve dos transportadores. Solidariedade aqui, não existe. Nossa sociedade é extremamente exploradora e quer levar vantagem em tudo. Sempre criticamos o comportamento dos outros, enquanto nós, como santos, vamos sugando o sangue, de quem chamamos de amigos e irmãos. Vamos aos templos, mostramos ser piedosos, oramos tementes a DEUS, mas tudo apenas pela aparência, escondendo o canibalismo desenfreado que se apossou de nossas almas.
E acrescentou: Pode sair tranquilo, será bem recebido e atendido, mas se alguma crise ocorrer em qualquer setor, se recolha e espere a maré passar, porque então virá à tona o nosso espirito canibalesco e procurarão sugar até o último vintém que tiver no bolso.
Acordei e fiquei a meditar: Será que são mesmo diferentes de nós? Quanta semelhança!
BOM DIA BARRETOS.

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