UMA REFLEXÃO DAS PRIORIDADES

Em meio à crise da gasolina, falta-se muito mais que apenas combustível
Ontem recebi um vídeo pelas redes sociais, enquanto carregava apenas visualizava todos rindo e comentando do que estava prestes a ver. Logo que o vídeo inicia consegue-se ver a greve dos caminhoneiros, que impedem todos em forma de protesto, liberando apenas um caminhão, onde se nota estampado claramente um slogan de uma cervejaria famosa, e os dizeres “cerveja não vai parar!”. Achei graça, fechei o celular e logo voltei ao trabalho. Algum tempo depois, chamado para uma reunião, sou informado que teremos estoque curto e até falta de alguns medicamentos e materiais, como é o caso do cateter, usado para diálise e uso de drogas de forma contínua, pois os mesmos são transportados por caminhões, que estão barrados de seguir viagem. Não demorou muito para que o vídeo viesse em minha cabeça novamente, onde nos caminhões ali parados além das tão faladas gasolina e etanol, havia comidas perecíveis e materiais de uso hospitalar, como medicamentos! Nessa pequena lista, duas coisas em comum: armazenamento de média duração e de maneira imprópria podem estragar os produtos, e a falta que fazem para quem realmente necessita.
Não estou aqui para criticar a greve. Estão mostrando a força de uma classe de trabalhadores e que o valor dado a eles deve ser maior. Compartilho a inconformidade, mas ao meu ver, o impedimento constitucional do direito de ir e vir prejudica tão somente o povo, que diga-se de passagem, já está cansado de sofrer.
O intuito do texto é expor a divergência do país que um dia exige uma melhor saúde para sua população, no outro a impede, não impedindo no entanto, que faltasse carga de bebidas alcoólica no caso, para que o circo, nunca falte!