UM CACHORRINHO

Um garotinho morria de vontade de ter um cachorrinho. Como não tinha dinheiro juntou umas latinhas, vendeu e foi no pet shop. Chegando à loja perguntou ao dono quanto custava um filhote. “Cinquenta reais”, respondeu o proprietário. O menino ficou triste, havia conseguido juntar apenas dez reais.

O menino pediu ao dono, se por dez reais, ele poderia brincar com alguns dos filhotes. O dono o levou ao fundo e lá tinha uma cadela que havia dado cria. O menino ficou radiante. E para a surpresa do proprietário do pet shop o menino se apegou justamente a um filhotinho que nascera aleijado. 

E o menino perguntou: “O senhor me vende este filhote?”. O dono respondeu: Eu dou ele a você!”. “Não! – retrucou o menino – Quero pagar por ele, ele vale tanto quanto os outros. Talvez o senhor não reparou, mas também tenho problema na perna. E sei como é difícil ninguém se importar conosco. Quero este filhotinho porque saberei amar e cuidar dele”.

Li esta história há um tempo e confesso que me marcou muito. Nos leva a refletir nossa capacidade de nos colocar no lugar do outro. Nós julgamos, condenamos, fechamos as portas, mas raramente nos preocupamos com o outro. Às vezes, a única coisa que o outro precisa é que alguém se coloque no lugar dele. 

Quantas pessoas já não vieram até você para pedir ajuda, não só material, mas mesmo sentimental. E você, teve a docilidade de se colocar no lugar dela, ao menos para tentar compreender seu pedido? Comecemos a fazer isto, ainda podemos mudar muitas vidas, inclusive a nossa.

 

Pe. Thiago Reis

Pároco da Paróquia Bom Jesus