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Quando estamos de joelhos é mais difícil nos derrubarem
Nossa vida é marcada, muitas vezes, por inúmeros desafios, ora maiores, ora menores, mas sempre constantes, isto exige que estejamos prontos a enfrentá-los e superá-los com determinação, mesmo à duras penas. No entanto, nem sempre somos suficientemente fortes, de fato, existem momentos em que nos faltam forças, somos desestabilizados, muitas vezes derrotados e levamos tempo para nos recuperar e levantar outra vez; são as quedas da vida.
Embora sejam inevitáveis, as provações podem ser vividas sob a perspectiva da fé; aliás, quando vividas na ótica da fé, adquirem um novo e mais pleno sentido, tornam-se pedagógicas, portadoras de um novo tempo, uma nova lição. Entretanto, essa fé pressupõe uma sensibilidade que só é adquirida na oração. Um coração orante é capaz de ler no reverso dos acontecimentos e perceber a sutil ação de Deus na sua história. A oração permite construir um alicerce sólido,pronto para suportar as mais intensas tempestades e permanecer inabalável, pois a base é estável, a base é Deus.
Num tempo de instabilidades e inconstâncias, onde o transitório e o superficial ditam as regras, torna-se ainda mais urgente e necessário, algo a que podemos nos firmar, certos de que, independente das adversidades da vida, será um porto seguro onde podemos sem medo nos ancorar e recuperar as forças para seguir em frente no mar da nossa história. É, sobretudo, em tempos de mar agitado e ventos contrários que devemos cessar velas e lanças âncoras; cessar velas pode significar despir de nosso orgulho e presunção de achar que somos autossuficientes e, lançar âncoras é, sem dúvida, revestir-nos de humildade e abertura de coração e ajoelhar-nos diante do Absoluto que é Deus e nos abastecer da força que vem d’Ele.
É fato que a vida não é feita de mar calmo e brisa suave, todos temos que lidar com a fúria das águas e dos ventos, quer estejamos preparados ou não, mas sabiamente nos ensinou o saudoso padre Léo quando disse essa frase: “Quando estamos de joelhos é mais difícil nos derrubarem”; trata-se de compreender que a vida de oração nos faz fortes, nos estabiliza, pois nos enraíza em Deus cuja força é implacável e nela somos fortalecidos também. Cultivemos uma saudável vida de fé e oração, mantenhamos nossos joelhos firmes no chão e coração bem próximo ao coração de Deus e experimentaremos a extraordinária manifestação do Amor Divino que sempre nos fortalece e encoraja a jamais desistir.
Diácono Fernando Felix Rabelo