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Presença que incomoda
No dia 16, 24º Domingo do Tempo Comum,a Palavra de Deus pedia que pensássemos como Jesus pensou para que nós O imitemos seguindo o seu exemplo. Nós precisamos seguir este conselho se queremos anunciar a Palavra de Deus com autoridade; não sendo assim, fingiremos anunciá-la falsificada pelas teorias humanas, como, infelizmente, ouvimos com demasiada frequência. Não tendo coragem para pensar como Deus pensa, nos falta a valentia para defender a justiça que Ele pede que defendamos. Tornando-nos, desta forma, colaboradores nesta corrupção que atormenta o mundo inteiro.
O Livro da Sabedoria (2,12-20) afirma: “Os ímpios dizem: Armemos ciladas ao justo. Porque a sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir. Repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as falhas contra a nossa disciplina. Vejamos, pois, se é verdade o que Ele diz e comprovemos o que vai acontecer com Ele. Se de fato, o justo é filho de Deus, Deus o defenderá das mãos dos seus inimigos”. Esta profecia fala para todos os tempos.Quem é fiel à Palavra não precisa falar, a sua presença já incomoda aos que vivem ignorando a Deus e desprezando a Sua Palavra, por isso são perseguidos e martirizados.
São Tiago (3-14-4,3) diz o porquê: os que vivem iluminados pela Palavra são diferentes tanto na maneira de pensar, como na forma de agir. E da Palavra tiram a coragem para superar todas as dificuldades. “Caríssimos, onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz”.
Jesus (Marcos 9,30-37), abre o coração a seus discípulos anunciando-lhes que estava chegando a hora de cumprir as profecias. Dizia-lhes: “O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens e eles o matarão. Mas três dias após a sua morte, Ele ressuscitará”. Com estas palavras, nos revela duas verdades que não podemos esquecer. A primeira: Ele assumiu a nossa natureza humana, viveu como todos nós vivemos, e morrerá como homem. Por isso, Ele pode dizer: “Dei-vos exemplo, para que vós façais a mesma coisa”. A segunda: que a morte é o princípio da vida eterna. “Estando em casa Jesus perguntou-lhes: O que discutíeis no caminho? Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior”. Pergunta que, com certeza, hoje dirige ao papa, aos bispos, aos padres e todos os cristãos, que enquanto Ele deu a vida para salvar seu povo, nós queremos aparecer às custas dos sofrimentos do povo. Até nisto, os discípulos de Jesus nos alertam. Agora só falta que aprendamos a lição para que o mundo fique melhor.
Monsenhor AntonioSantcliments Torras
Vigário paroquial da Paróquia São João Batista de Olímpia