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Pacientes têm dificuldades de seguir tratamento
Uma boa parcela dos pacientes enfrenta obstáculos para seguir corretamente o tratamento medicamentoso indicado pelo especialista. Uma pesquisa do Ministério da Saúde aponta que cerca de 70% dos usuários com hipertensão, diabetes ou dislipidemias têm dificuldades para controlar suas doenças. Um outro levantamento do mesmo órgão federal revela que 82% dos pacientes que utilizam cinco ou mais remédios de uso contínuo estavam fazendo o tratamento de forma incorreta ou apresentavam baixa adesão durante o estudo.
Uma série de motivos pode levar pacientes portadores de doenças crônicas, identificadas ou não, a não seguir adequadamente as prescrições médicas. Algumas dessas enfermidades, por exemplo, não provocam sintomas, principalmente no seu início, deixando a percepção de que não é necessário nenhum tratamento. “Os pacientes tendem a tomar o medicamento somente quando possuem algum sintoma. No caso da pressão alta, quando sentem dor de cabeça, náuseas ou se sente ‘nervoso’. Os pacientes também param de tomar o medicamento quando a pressão, glicemia e colesterol estão controlados”, explica a farmacêutica Bruna De Vivo, gerente da Unidade de Negócios – Rede Credenciada da ePharma.
Outra dificuldade é mudar hábitos alimentares como restrição de sal, açúcar, gordura, além de perder peso. “Os pacientes não aceitam que têm que tomar o medicamento para o resto da vida. Os efeitos adversos de alguns deles como diarreia, tosse e disfunção erétil também dificultam a adesão”, explica Bruna.
Por isso, é fundamental que tanto o paciente quanto a família sejam assistidos por profissionais de saúde, preferencialmente uma equipe multidisciplinar (médico, farmacêutico, enfermeira, nutricionista). “Dessa maneira, é possível que todos entendam e aceitem a existência de uma doença crônica, que vai precisar de tratamento contínuo, sem que haja interrupções. Além disso, é importante que todos conheçam as consequências de sua evolução e, assim, deem a devida importância a adesão de seu tratamento e recebam um acompanhamento adequado”, conclui a farmacêutica.