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O sangue de São Januário se liquefez repetindo-se o milagre
Às 10h04 de quinta-feira (19), voltou a ocorrer o milagre da liquefação (mudança do estado gasoso para o líquido) do sangue de São Januário, em Nápoles, no dia em que a Igreja celebra a festa deste santo italiano.
O Cardeal Crescenzio Sepe, Arcebispo de Nápoles, disse que a liquefação do sangue “é o sinal da bondade, benevolência, misericórdia e amor por nós, por Nápoles, pela Igreja”.
A liquefação do sangue deste santo é um fenômeno inexplicável que acontece três vezes por ano: no sábado anterior ao primeiro domingo de maio, por ocasião do translado dos restos mortais do santo a Nápoles; no dia de sua festa litúrgica, 19 de setembro; e em 16 de dezembro, aniversário da intercessão de São Januário para evitar os efeitos da erupção do vulcão Vesúvio no ano 1631.
Em dezembro de 2016, o milagre não aconteceu, o que provocou certa preocupação entre os fiéis. Embora o fato de que não se liquefaça costuma ser interpretado como o anúncio de um desastre, isso nem sempre é certo.
De fato, o processo nem sempre acontece do mesmo modo: às vezes demora várias horas, ou mesmo dias, ao se liquefazer. Em outros momentos, como em 2018, o milagre acontece antes da celebração litúrgica e, em outros episódios, por motivos desconhecidos, o sangue não se liquefaz.
O próprio Papa Francisco foi testemunho do inexplicável fenômeno em março de 2015. Naquela ocasião, o sangue se liquefez diante do olhar do próprio Santo Padre fora das três datas indicadas. Por isso, tratou-se de um fato extraordinário, que também aconteceu em 1848 diante do Papa Pio IX.
O milagre não aconteceu durante as visitas de São João Paulo II, em 1979, nem de Bento XVI, em 2007.
São Januário, padroeiro de Nápoles, foi Bispo de Benevento. Durante a perseguição contra os cristãos, foi feito prisioneiro junto com seus companheiros e submetido a terríveis torturas. Certo dia, ele e seus amigos foram lançados aos leões, mas as feras apenas rugiram sem se aproximar.
Então, foram acusados de usar magia e condenados a morrer decapitados perto de Pozzuoli, onde também foram enterrados. Isso aconteceu por volta do ano 305. As relíquias de São Januário foram transladadas a diferentes lugares até que finalmente chegaram a Nápoles em 1497.