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quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Hora de uma revisão

O final do ano civil se aproxima e assim o final de mais um ciclo. É muito comum nessa época as pessoas fazerem planos para o ano que se iniciará como metas financeiras, viagens, realização de algum evento, aquisição de um carro, reforma da casa, iniciar uma faculdade ou uma pós-graduação, entre tantas outras coisas. Mas, talvez, algo interessante fosse, antes de traçar novos projetos, fazer uma revisão do ano que está se findando, não somente do ponto de vista material, mas também espiritual.
Algumas perguntas podem ajudar nessa revisão. Tenho experimentado melhor a prática da oração? Tenho me dedicado mais a leitura e reflexão da Palavra de Deus? Tenho me esforçado para praticar o que Deus me fala através de sua Palavra? Tenho buscado cultivar virtudes na minha vida? Tenho buscado sustento na Eucaristia? Tenho também testemunhado minha fé diante da família, amigos e sociedade? Existem outras perguntas que podem ser feitas para essa revisão da vida espiritual, mas essas servem para um início.
Nesse final do ano civil vive-se no calendário da Igreja o tempo do Advento, que é o início do ano litúrgico. Nesse período que antecede o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo, os textos bíblicos lidos trazem como temas a vigilância que devemos ter em nossas vidas para a vinda final do Senhor e nos prepara para acolher Deus que se faz homem no simples estábulo em Belém entre os animais e pastores. Diante disso, esse período se torna propício para essa revisão da caminhada espiritual e assim permite o estabelecimento de novos desafios para o crescimento na intimidade e proximidade com o Senhor que precisa reinar em nossas vidas.
Para isso, as palavras do Papa Francisco em Greccio no domingo, dia 1º de dezembro, inspiram essa atitude de revisão e novos planos: “Diante do presépio, descobrimos como é importante para a nossa vida, tantas vezes agitada, encontrar momentos de silêncio e oração. O silêncio, para contemplar a beleza do rosto de Jesus Menino, o Filho de Deus nascido na pobreza de um estábulo. A oração, para exprimir o ‘obrigado’ maravilhado diante deste imenso dom de amor que nos é dado. Neste simples e maravilhoso sinal do presépio, que a piedade popular acolheu e transmitiu de geração em geração, manifesta-se o grande mistério da nossa fé: Deus nos ama até ao ponto de partilhar a nossa humanidade e a nossa vida. Nunca nos deixa sozinhos; acompanha-nos com a sua presença escondida, mas não invisível. Em todas as circunstâncias, na alegria como na dor, Ele é o Emanuel, Deus conosco”.
Peçamos ao Senhor a graça de reconhecer os passos que damos em sua direção e também aqueles na direção contrária, para que possamos ir adiante na caminhada de fé sem esmorecer e um dia contemplá-lo como Maria, José, os pastores, os magos e os animais que naquela noite estavam diante da manjedoura como vê-se nos presépios.
Matheus Flavio da Silva
Seminarista

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