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Em tudo, amar e servir
Com as palavras deste título, Santo Inácio de Loyola nos indica duas características fundamentais para a vida e que são, inclusive, condições de felicidade. Amar e servir deveriam ser nosso mais nobre ideal de vida, independente de qual estado nos encontremos; o amor e o serviço transcendem qualquer proposta, religião ou crença e torna-se um atributo do ser humano.
O amor é capaz de nos tornar flexíveis e compreensíveis com os outros, o que diminui a cobrança de que as pessoas devam se encaixar ao nosso modo de ser e de pensar; o amor nos predispõe à empatia, que nada mais é do que se colocar no lugar do outro e entendê-lo em suas circunstâncias; o amor nos desobriga do peso de querer controlar tudo.
O serviço, por sua vez, nos exercita para renúncia de nossas vontades, ou melhor, nos ensina que nossas vontades não são absolutas; nos torna senhores de nossas vontades e não escravos. Quando exercitamos o serviço gratuito, desinteressado e incondicional, experimentamos tamanha liberdade que nenhuma outra dimensão da vida oferece. Trata-se de assumir uma das mais elevadas virtudes que um ser humano pode possuir: a humildade.
O amor e o serviço são qualidades de pessoas humildes e, hoje, talvez mais do que antes, estão cada vez mais raras. Algumas pessoas são tão presunçosas, orgulhosas e pretensiosas que vivem como se fossem o centro de tudo de todos, querem tudo para si e vivem para ser e para ter. Jesus já nos havia indicado que quem quisesse ser o maior que fosse aquele que servisse (Mt 20, 26). De fato, feliz de quem compreendeu isso; a humildade nos eleva, nos torna gigantes e o serviço nos enobrece, nos torna raros aos olhos de Deus e do mundo.
Cultivemos em nossa vida tão simples atitudes e descobriremos a beleza de sermos ainda mais parecidos com Deus; Ele, sendo o Senhor de tudo e de todos, se fez pobre e servo de todos para nos ensinar que o caminho que nos eleva passa pela, muitas vezes, pela humilhação.
Diácono Fernando Rabelo